Tecnologia desesperadora

Por problemas com a tecnologia, perdi o texto de hoje. O problema, na verdade, foi de burrice minha, o papel da tecnologia foi apenas de ser o facilitador para minha própria estupidez. Enfim, perdi o texto quase pronto no qual estava trabalhando, e não tive tempo de escrever outro. Assim, coloco hoje no ar uma minicrônica minha publicada no blog Caixa Preta na sexta passada.


É meio picaretagem? É. Estou orgulhoso disso? Não. Pelo menos espero que gostem da história.

O telefonema

O telefone tocava desesperadamente. Não que isso abalasse Luciana; ela conseguiria ignorar um telefone tocando desesperadamente por horas a fio, a maldita. Como se não bastasse tornar cada dia da minha vida uma luta interna contra meu desejo de abri-la no meio com um facão. Um toque, dois, três, sete. Não agüentei e atendi.

– Alô?
– Matias – respondeu uma voz amigável, porém impessoal.
– Sim?
– Aqui é Deus.
Não respondi. O que responder?

– Quem é, bem? – berrou aquela vaca, lá da sala. Ela sabe como eu ADORO quando alguém fica berrando perguntando quem é enquanto ainda estou no telefone. Ignorei.

– Matias? Está aí?
– Sim, sim. Deus, então?
– Sim.
– Que coisa. Nunca acreditei em você.
– Eu sei.
– Claro que sabe.

– Bem! Quem é? – Sorte de Luciana que eu não ando armado. Continuei ignorando.

– Estou te ligando para retribuir um favor.
– Como assim?
– Uma vez, em 1984, em uma de suas descidas à terra, meu filho Jesus se viu sem onde dormir. Seus avós o acolheram, sem saber quem era. Seus avós e seus pais já morreram, então devo retribuir o favor a você.
– Mas isso tem mais de vinte anos…
– Andei ocupado.
– Entendo… Como funciona, então? Posso pedir qualquer coisa? Se puder, eu queria muito uns quatro centímetros a mais, se é que você me entende.
– Aham. Bom, poderia fazer isso. Mas sugiro outra coisa.
– Diga.
– Sua esposa está com câncer. Nem ela sabe ainda. Tem, talvez, 3 meses de vida.
– De verdade?
– Sim. Vou curá-la, e aí estamos quites. Que tal?

– BEEEEM! QUEM É NO TELEFONE? – veio o grito lá da sala.

– Olha, acho que eu prefiro os quatro centímetros.

It's the end of the world as we know it (and I feel like shit)

Não temos mais medo de holocausto nuclear, e as baratas estão de prova. A idéia que as baratas herdarão a terra depois que nos matarmos com bombas de hidrogênio está mais desatualizada que socialismo. Não desmerecendo nossas amigas artrópodas; tenho verdadeira admiração pela quase imortalidade das baratas. Afinal de contas, as únicas três coisas que matam uma barata são idade, veneno e havaianas.

O que aconteceu, então? A espécie humana compreendeu que não haverá um holocausto nuclear; estamos passando constantemente por milhões de pequenos holocaustos ecológicos diários em nossos rios, florestas e cidades. A ganância e o descaso do ser humano estão matando a terra aos poucos, e nos levando junto. Parece impossível de resolver, não?

Felizmente, há esperança. Proponho uma solução. É um pouco audaciosa, um pouco arriscada, mas acho que vale ao menos ser considerada. Se até criacionismo é considerado razoável por algumas pessoas, minha teoria tem chance. Afinal, para abraçar minha causa, só é necessário um pouco de boa vontade e algum leve distúrbio psiquiátrico, e não o irrefutável retardo mental exigido pelo criacionismo.

A Teoria do Novo Começo

Origens

Há pelo menos 20 anos sabemos o que deve ser feito. Reciclamos, apagamos as luzes quando saímos de casa, fechamos a torneira ao escovarmos os dentes e não jogamos lixo no mato. Aí descobrimos que os governos dos EUA, China e Índia não estão dispostos a ratificarem nenhuma das medidas propostas pelo protocolo de Kyoto. Imagine ser fiel a uma mulher durante 20 anos para depois descobrir que à noite ela trabalha de puta num porto. Nada agradável, não é?

Apesar das tentativas de milhares de hippies cabeludos, o planeta está indo pra merda, e algo precisa ser feito. Agora.

A Teoria

Nós somos a merda da merda. Todas as baratas do mundo não conseguiriam cagar tudo da forma que cagamos. Somos uma praga que deveria ser varrida do planeta. Tendo isso em mente, proponho auto-extinção. O sol ainda vai durar alguns bilhões de anos, o universo, idem. Poderíamos dar a chance de começar de novo para nossa querida Terra.

Se conseguissemos destruir o planeta ao ponto de não ser mais viável a existência da espécie humana, eliminariamos 6,7 bilhões de exemplares do maior erro do acaso genético e evolução (ou Deus, se você é irrefutavelmente retardado). Seria o recall dos recalls. Aos poucos, as baratas que sobrarem poderiam evoluir e dominar a Terra. Talvez elas cuidem melhor do planeta. Ou talvez elas apenas virem pragas egoístas igual a nós, mas com um exoesqueleto. Pelo menos não vão precisar de air bags em seus SUVs.

Como EU posso ajudar?

Quando se trata de salvar o mundo, cada um precisa fazer sua parte. Algumas dicas:

1. Dirija muito. Dê preferência para carros antigos, cujos motores queimem óleo e soltem aquela deliciosa rajada de fumaça preta a cada acelerada.

2. Luzes acesas! Lâmpadas incandescentes são as melhores amigas do consumo desenfreado de energia e combustível. Compre caixas de lâmpadas de 100 watts para os aniversários de seus amigos, são presentes que mostram que você é uma pessoa engajada!

3. Madeira, madeira, madeira. Nada como madeira de alguma árvore amazônica à beira da extinção para realmente fazer uma diferença. Cada uma que cai, é um passo rumo à nossa meta. Contribua!

4. Primeira e última vez. Evite produtos reciclados ou recicláveis, que podem contribuir para a preservação dos recursos naturais do nosso planeta. Sempre pegue um saquinho plástico a mais do que precisa no supermercado, e não se esqueça de jogar latas de alumínio no mar, onde nenhum catador enxerido possa encontrá-las.

5. Finalmente... Mate um bicho! Quem sabe não é aquele que vai ser a gota d'água para o tão aguardado desequilíbrio ecológico? Espécies em extinção, então, valem ouro.

Conclusão

O mais importante é lembrar, cada um deve fazer sua parte. Trabalhando juntos com nossos grandes apoiadores, os governos e empresas de todo o planeta, conseguiremos nossa meta de dar um novo começo à Terra. Um começo limpo e fresco, cheio de esperança. E baratas.

Processo Criativo

Acho fascinante o processo criativo, meu e dos outros.

Pronto, já comecei o post de hoje com uma mentira. Só estou me denunciando porque foi uma mentira para mim mesmo. Não tenho o menor problema em mentir para os outros (ainda mais por formas de comunicação que não exigem contato visual), e mentiria para você quantas vezes fosse necessário para ser engraçadinho. Só que, ao fingir que acho o processo criativo dos outros fascinante, quase menti de forma auto-convincente, e isso não pode.

Começando de novo: acho fascinante meu processo criativo.

Ele depende quase que exclusivamente de cafeína, falta de maturidade e desespero. Tomo um espresso e sinto um desejo incontrolável de chocar, como se isso fosse possível. Nem consigo acreditar que alguém fica chocado com seja lá o que for. Filmes de dálmatas transando com meninas de 8 anos de idade circulam livremente, e falar que qualquer um burro o suficiente para acreditar num pastor evangélico merece ficar sem 10% do salário, é chocante?

De qualquer forma, assim que escolho um tema que vai gerar um monte de comments no meu blog, começa o desespero. O espaço a ser preenchido por palavras unidas para dar forma a tudo que povoa minha mente (idéia assustadora) é gigantesco, tenho certeza sempre que vou desistir antes de acabar. Quando vejo, escrevi tudo que tenho a dizer, e ainda falta meia página.

Entro em pânico. Às vezes penso em algum detalhe para encher lingüiça mais uns 2 ou 3 parágrafos, às vezes enfio uma piada no meio, e hoje decidi escrever essa besteirada toda no começo para fingir que foi escrito antes do texto a seguir. Esperto, né? Só não me perguntem quais os caminhos tortuosos que me levaram a escrever um texto chamado:

Pirocas Negras

Ok, este texto é um campo minado. Antes de colocar duas linhas no papel (na tela, força de expressão), já vejo milhões de armadilhas. Não assino embaixo de nenhuma espécie de -ismo, só discorro sobre idiotices de forma mordaz e divertida (tento, pelo menos). Espero que isso seja o suficiente para evitar um processo.

Vamos começar com o estereótipo sobre negros, que está no âmago da questão: supostamente, negros têm pau grande (não achei nenhum eufemismo, nem acho que caberia). Não sei se procede, e não tenho como averiguar se é verdade ou se é igual o mito que alemã não tem bunda e que italianos são bem vestidos, mas sei que é parte do imaginário coletivo universal.

Pensei sobre o tema, e percebi que está intimamente ligado com a idéia de desejo e expectativa, e a capacidade humana de lidar com frustração.

Imagine por um momento uma cena: Um sujeito branco, está com uma mulher em casa. São duas da manhã, estão sozinhos e ligeiramente embriagados. Tudo certo, tranquilo, o cara, a mulher, vinho, tira blusa, amassa, agarra, tira calça, etc., até que a mulher puxa o pau do cara pra fora, encontra algo razoável, sorri, feliz que o branquelinho não tem pau pequeno e tudo prossegue normalmente. Mas porque? Porque ela não estava esperando nada. Brancos, supostamente, têm paus de tamanho “normal” (seja lá o que for isso); sendo assim, a mocinha estava sem nenhum apego ao desejo de ver uma ferramente volumosa. Ela estava preparada para qualquer coisa, e, quando algo razoável aparece, está tudo bem. Quer dizer, tudo bem bem não está, mas passa.

Agora, a mesma cena, mas, desta vez, um cara negro. Mesma coisa, em casa, sozinhos, amasso, etc., só que, agora, ela não está livre de conceitos pré-estabelecidos. Ela está imaginando um jegue descomunal, uma jibóia assustadora. Está até preparada para suportar a dor, caso seja grande demais.

Mas... e se nosso protagonista afrobrasileiro tiver pau pequeno? Nem precisa ser absurdamente pequeno ou ridículo; na verdade, não precisa nem ser pequeno, só um tamanho normal, na média. Já é o suficiente para tornar a situação super desconfortável, ainda mais se for um esquema one night stand, em que personalidade, inteligência e gentileza não entram na equação. Mesmo que a mulher nem faça questão de algo parecido com uma baguette, ela está apegada ao desejo, e ficará frustrada.

O que quer dizer isso tudo? Quer dizer três coisas.

Primeiro, que as pessoas precisam saber lidar com frustrações de forma saudável. Por isso, tome alguma coisa de uma criança qualquer, de preferência algo que ela ame. Isso vai ensiná-la a lidar com a frustração que perder algo querido gera. Escolha bem a criança, no entanto. Filhos de amigos são ótimos para isso. Principalmente de amigos dos quais você não goste e que prefira nunca mais ver em sua casa.

Segundo, que os europeus escravizaram os africanos porque tinham inveja dos membros negros. Simples assim. A cana de açucar e cacau e bananas e café e todas as outras lavouras que os escravos cultivavam não serviam para nada, era a forma do velho continente de punir aquele povo que ousava ostentar pirocas maiores que as deles. Imagine, uma aristocracia de peruca e maquiagem ficar revoltada por algo que a fazia sentir menos máscula. História é realmente mais estranha que ficção. Tirando aqueles livros de "romance" de banca com homens viris segurando mulheres seminuas na capa. Nada é mais estranho que aquilo.

Terceiro, o processo criativo é engraçado mesmo. Na reta final, percebi que não tenho mais nada a falar desse assunto, mas, por sorte, cheguei ao final do post de hoje. Bom fim de semana, para as únicas duas pessoas que não devem ter largado essa bosta de texto no meio, por puro amor incondicional. Bom fim de semana, pai e mãe!

Casais de Churrascaria

Qualquer coisa é melhor que casal de churrascaria.

Um relacionamento só pode ser interessante e duradouro se os pombinhos se mantiverem em lados opostos da mesa. O vício inicial de sentar um ao lado do outro para poder dar amasso é difícil de ser superado, mesmo quando passa aquela fase do desespero. Depois de alguns anos juntos, acaba que os dois ficam olhando em volta, nunca um pro outro. Em questão de minutos, a conversa morre. Em questão de meses, o saco enche. Em questão de anos, só resta o divórcio. Se você for um romântico dramático, o suicídio. Se você for um romântico pragmático, um homicídio. Afinal de contas, a chance de um assassinato ser resolvido pela polícia brasileira é bem menor do que a chance do advogado de sua futura ex-mulher arrancar seu couro no acordo de separação.

Casais de churrascaria jamais sentam-se um de frente para o outro. Não conversam, só resmungam coisas monossilábicas vagamente na direção do outro. Invariavelmente, o cara pede um chopp e a mulher uma Coca Light com gelo e limão. Ficam um do lado do outro olhando para tudo, menos um pro outro.

A única hora que há qualquer espécie de interação é quando a infeliz da mulher pega uma daquelas bananas fritas, que mais se parecem com um pênis à milanesa, e começa a comer. O homem, aparentemente incomodado pelo fato da sua mulher colocar na boca um imenso pênis marrom, começa a reclamar.

– Que que você tá fazendo?!
– Como assim? – responde a infeliz da mulher, obviamente numa voz lenta e monótona. Mulheres que viram a metade feminina de um casal de churrascaria invariavelmente têm vozes lentas e monótonas, só para não destoar do resto.
– Não pode comer a banana frita, pô!
– Mas eu gosto da banana frita...

Nisso ele revira os olhos, gira a cabeça lentamente de um lado pro outro e faz algum gesto levemente teatral de frustração, tipo esfregar o rosto ou franzir a testa, no caso de algum Juiz do Bom Senso estar observando tudo, com o intuito de mostrar o quão abismado ele está com a estupidez humana e, ao mesmo tempo, procurar apoio de alguém, talvez deus, talvez o garçom sonolento e entediado, talvez o time de futebol dele, sei lá.

Homens que viram a metade masculina de um casal de churrascaria sempre acham que estão tão certos que qualquer um apoiaria sua frustração com o desobedecimento (pior, desconhecimento) de uma das regras mais óbvias da vida humana. No universo do marido cagador de regra, Não Comerás a Banana Frita da Churrascaria deveria ser o 12º mandamento, logo após Não Interromperás a Fórmula Um No Domingo.

– Não importa. É asim que eles ganham dinheiro!
– Como assim?
Já imagina o tom de voz, né?
– É vendendo banana frita a preço de picanha que esses lugares arrancam nossa grana!
Detetive Fulano Average, à beira de desmascarar a grande conspiração das churrascarias de rodízio. Pelo menos alguém está lutando contra a ganância capitalista desenfreada, que corrompe o seio da família brasileira. O povo, unido, jamais será vencido!
– Mas eu gosto da banana frita…

E por aí vai.

Por aí vai, mas não para por aí. Casais assim sempre reproduzem, e sempre sai igual. Meninos chamados Gui ou Gu, com aquele cabelinho insuportável que parece um capacete e uma mania de correr loucamente entre as mesas do restaurante. Casais de churrascaria não têm qualquer controle sobre o filho, pequeno capeta que um dia vai achar bonito tacar fogo em índios ou espancar travestis.

Já as filhinhas, alegria do papai, chamam-se Carol ou Luciana, são criaturinhas de 9 anos de idade já cobertas de batom, com shortinhos e botinhas e bolsinhas, saracoteando para cima e para baixo como pequenas prostitutas-mirim. Depois ninguém entende o aumento da taxa de gravidez adolescente.

Casais de churrascaria são o average do average. A quintessência da normalidade absoluta, da mediocridade completa. É ele com o churrasquinho no fim-de-semana, ela com o salão no sábado, ele com a pelada com os amigos, ela insistindo na viagem para Guarapari em janeiro. Ele querer que o filho seja engenheiro, ela sonhando com o casamento da filha na igreja, ele comprando um sítio com quadra de peteca, ela fazendo uma plástica por ano depois dos 40.

São os dois aposentando, ficando velhos e gordos, começando a usar fraldas e morrendo, felizes e idiotas. Passando pela vida sem fazer nem uma lasca na delicada e pungente escultura interminável que é a humanidade.

De volta, e pior que nunca.

Desde que decidi voltar com o blog, quebrei a cabeça tentando encontrar o tema perfeito. Um tema polêmico, que permitisse opiniões fortes e superficialmente fundamentadas, nas quais eu nem sei se acredito. Aborto, religião, pedofilia, sexo grupal, política externa do Azerbaijão, esse tipo de coisa.

Pensei em falar de casais de churrascaria, tema interessante mas não bombástico suficiente. Pensei também em falar de padres e coroinhas, mas, realmente, o que há para falar? Padres comem coroinhas, e pronto. Morreu assunto.

Finalmente clicou. Sete de setembro, independência do Brasil, grito do Ipiranga, toda essa besteirada. O tema?

O Brasil

O Brasil é um país peculiar. Habitado por bípedes semi-racionais, é o quinto do mundo em área e população, e o 19º em ordem de países habitáveis (perdendo para Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Japão, Inglaterra, Itália, Suécia e mais 11 países). Mas pelo menos ganha da Uganda e da Colômbia (e do Azerbaijão, seja lá onde isso for).

Já estive envolvido em, pelo menos, 137 discussões com o tema "O Grande Problema do Brasil é…", e cada vez com uma conclusão diferente. Corrupção, educação, burocracia, políticos, flanelinhas, o norte/nordeste, . Toda vez fico impressionado que ninguém chega à essência do problema. É igual discutir religiosidade e fanatismo sem concluir que a raiz do problema é que as pessoas são burras o suficiente para acreditar que existe um homem invisível no céu e que é possível engravidar de um fantasma. Vamos ao que interessa, O problema do Brasil são os brasileiros.

O brasileiro é, supostamente, um povo solidário, criativo, cheio de gingado e com o samba no pé. Bullshit. O brasileiro é egoísta, ganancioso e passivo; retrógrado, ignorante e preconceituoso. Não vou ser ridículo a ponto de fazer aquelas comparações vazias com países de verdade, tipo "Na Suécia, as pessoas não trancam os carros" ou "na Inglaterra a polícia nem precisa carregar armas". Afinal de contas, é só olhar por outro ângulo; a Suécia tem mais alcóolatras que o Japão tem pedófilos, e na Inglaterra volta e meia explodem uma estação de metrô. A vida, em qualquer lugar, tem lá seus lados positivos e negativos. Agora, o Brasil tem algo de especial, já que o grande fator negativo são seus habitantes.

Colonizado por lusitanos, o Brasil nunca foi uma terra de sonhos, rumo à qual colonos partiam em busca de uma vida melhor. Aqui sempre foi uma privada para o lixo europeu, e tudo indica que este gene da merda ainda permeia nossa sociedade.

O Brasil é o país onde as pessoas gostam de levar vantagem em tudo. Proponho, inclusive, mudar a frase de Lei de Gérson para Lei do Brasileiro. Gérson era só um jogador de futebol meio burro (olha o pleonasmo!) que participou de uma campanha publicitária infeliz. O brasileiro é um povo que não tem senso de comunidade, criado num sistema que valoriza e estimula benefício próprio em detrimento ao avanço coletivo. Neste pseudopaís, é motivo de orgulho burlar o sistema para economizar dinheiro ou tempo. A idéia do “não levar desaforo pra casa”, se não é irmã do “jeitinho brasileiro”, é ao menos prima. São princípios originários da idéia do Macho Alfa latino-americano e sua necessidade de auto-afirmação. EU dou meu jeito, EU não aceito isso, EU não espero em fila, EU EU EU.

(Me impressiona tanto individualismo num país que adora ser massificado em quase todos outros aspectos. Um país que se une numa massa coesa para consumir avidamente qualquer lixo cultural lançado pela mídia deveria ter mais senso de coletividade)

Já viu quando você está numa fila de muitos carros para virar à esquerda e alguém vem rasgando pela direita, entrando na frente de todo mundo? Esse é o jeitinho brasileiro, e todos que fazem isso devem morrer. É muita petulância um povo assim reclamar de dirigentes e instituições incompentes e corruptos. Newton Cardoso e Paulo Maluf não brotaram por geração espontânea. Eles são o produto do sistema brasileiro. Eles são o jeitinho brasileiro, o gingado nacional.

O povo brasileiro tem o país que merece.