Vozes, Beepo, Sanidade Mental

O que É realmente sanidade mental, e será que é tão importante assim?

(ótimo começo, Matias, muito bom mesmo... esse tá no top 5 de começos perturbadores... talvez perca para "Será que os nazistas realmente eram tão maus, porque, afinal de contas..." ou "Nada contra negros, mas o fato é que...", mas acho que tirando essas duas possibilidades, não sei não)

Mas pergunto isso apenas porque ando pensando muito sobre o tema, e ultimamente tenho tido uma combinação interessante de uma quantidade enorme de tempo livre e uma quantidade ínfima de amizades, gerando algo estranho e até então desconhecido, que é estar sozinho e calado boa parte do tempo. Ah, e não tenho televisão. Normalmente quando não estou fazendo nada, meu tempo é preenchido ou acompanhado e tagarelando ou sozinho e vegetando na frente da televisão. Aqui, meu tempo livre é preenchido andando sozinho ou olhando pra parede. Juro, passei algumas horas essa semana só olhando pra parede, para ver o que acontecia, e, para minha nada enorme surpresa, nada aconteceu. Até conversas longas com o Beepo estão me entediando, porque sempre que tento explicar meus problemas e temores e preocupações ele só fica boiando com aquele olhar arrogante de pato de borracha, como se dizendo minha-vida-é-ficar-boiando-numa-banheira-então-seus-problemas-que-se-fodam-porque-eu-sou-feliz a cada instante, sem contar que não posso confiar nele, depois das 3 vezes que ele já tentou me afogar... Mas agora eu fico mais atento na banheira, olhos abertos e sempre alerta, igual um escoteiro!

Anyway... sempre me interessei pela idéia de Vozes misteriosas que falam com as pessoas, o que normalmente acontece quando algum fundamentalista religioso semi-analfabeto white trash americano resolve matar a família inteira e depois insistir que foram "as Vozes" que falaram para ele fazer aquilo. Adoro "as Vozes", mas sempre imaginei que fossem vozes mesmo, tipo o cara ficou tão louco que tá OUVINDO VOZES mesmo, e não é bem assim, como descobri desde que comecei a ouvir as Vozes.

Todo mundo conhece o diálogo interno, acho que é algo que se estende também às camadas não insanas da sociedade, que é quando estamos numa situação engraçada, desesperadora, frustrante e vários outros adjetivos, e de repente começamos a fazer pequenos diálogos internos discutindo possibilidades e opções. Isso é normal. Eu acho. Mas pelo menos isso é perdoável, porque dura alguns minutos e passa, e a vida continua, e você finge que o diálogo é uma anedota engraçada, conta pros amigos e tudo fica bem.

Mas as Vozes. Ah, as Vozes. As Vozes são quando o diálogo começa a durar mais e mais e mais e mais, e começa a acompanhá-lo o dia inteiro, e você começa a conversar com seu pato de borracha andando na rua, sendo que seu pato de borracha está na banheira na sua casa e você está bem longe de casa.

As Vozes sempre tem argumentos excelentes e super convincentes. É só deixá-las falarem, e aprender, e ser banhado pela enorme sapiência da insanidade mental. Mas elas são temperamentais, e quando não são obedecidas, tendem a recorrer à violência e tortura, é preciso ficar de olho aberto com as Vozes, igual com o Beepo na banheira.



(Isso tudo é só brincadeira, não estou ficando louco de verdade, ok? O quê? Cala a boca, Beepo, estou falando sério, é só brincadeira. Como assim, você quer escrever um pouco? Não, sai daqui. Não, só eu posso escrever. Não importa se você acha que escreve melhor que eu. Quem te falou? Mentira dela, eu escrevo BEM melhor. Ok, depois eu deixo você escrever um pouco. Calma, tá bom, no próximo eu deixo, tá? Ah não, o próximo inteiro não. De jeito nenhum. Francamente é muita petulância sua querer escre- opa! Calma aí, Beepo... onde você arrumou essa faca? Calma... devagar... certo, o próximo post é todo seu, controle-se...)

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