Sonhos de Uma Noite de Verão Não Muito Quente, Talvez Até Um Pouco Fria e Ventosa, Mas Uma Noite de Verão do Mesmo Jeito

Uma vez na vida, eu tive 15 anos de idade. Eu sei, é vergonhoso, extrema falta de educação e polidez, mas infelizmente quase todo mundo passa por uma fase de ter 15 anos de idade... são poucos os que são perspicazes o suficiente para fazer 16 anos de idade no aniversário logo após o de 14. Eu, hoje perspicaz o suficiente para saber disso, não soube disso quando faria alguma diferença ser perspicaz o suficiente para saber esse tipo de coisa.

Acho que 15 anos é a idade mais imbecil de todas, com a possível exceção de 103, que é quando o indivíduo, que outrora teve 15 anos de idade (ou não, já cobrimos esse assunto), está tão retardado do ponto de vista racional e descontrolado do ponto de vista do esfíncter que, basicamente, vira uma fábrica de cocô e de vergonha para a família.

Mas voltando aos 15 anos...

É a fase quando as pessoas escolhem fazer coisas idiotas, tipo deixar o cabelo crescer e ouvir rock progressivo, ou roubar uma arma do arsenal do pai e matar metade da escola, mas até hoje esse fenômeno se limitou a alguns habitantes dos Estados Unidos, e como tive 15 anos de idade no Brasil, não vem ao caso.

Mas enfim, Pink Floyd é um saco. Os três primeiros parágrafos seriam uma lenta e delicada construção para chegar nesta frase bombástica, e eu até tinha um plano cuidadoso para tal, só que formulei o plano durante um sonho que tive ontem à noite, logo após fazer doce, lindo e delicado amor com o corpo decapitado (mas perfeita e totalmente vivo e de completamente de acordo com o que estava acontecendo, a cabeça simplesmente estava muito ocupada para comparecer) de uma menina que beijei um pouco algumas vezes mas nunca comi durante os momentos acordados da minha vida, tudo isso no jardim da antiga casa da minha vó, que já foi demolida, no caso não a minha vó, mas a antiga casa da minha vó, o que deve significar algo, não o fato da casa já ter sido demolida, mas o sonho todo, e quando acordei lembrava perfeitamente de como ia fluir da cretinice dos 15 anos de idade para minha opinião sobre o Pink Floyd, mas em algum momento entre acordar e me masturbar no chuveiro o sutil e delicado plano fugiu e ainda não voltou, mas pelo menos teve a polidez de deixar um bilhete promentendo que dava notícias, mesmo sendo provavelmente mentira, pois já passaram-se horas e nada, mas mentira ou não, foi polido.

Enfim!

Passei boa parte da minha adolescência escutando Pink Floyd, até a cortina de fumaça dissipar, referência que, para quem não entendeu, diz respeito ao tanto de maconha que fumava quando tinha 15... não quero assustar a Tradição nem Família (não se preocupe com a Propriedade, nada assusta propriedade, com a possível exceção do MST) mas é importante deixar claro que não estava nas condições normais de temperatura e pressão, estava alterado e sob efeito de narcóticos.

Quando a tão polêmica cortina se levantou, percebi: rock progressivo é um saco, agora entendo! É só para cabeludos e/ou barbudos que gostam de ficar sentados "sentindo" música ruim e lenta e chata e repetitiva e com letras cretinas e pseudo-cool-espiritualmente-fascinante durante horas! awhnm, não preciso ouvir essa merda! além do que, rock progressivo não teve influência nenhuma em nada no mundo da música que não fosse tão bosta quanto o rock progressivo em si! ah bom! Ufa, posso parar!

No mais, já tive várias discussões com amigos sobre o verdadeiro valor dos Beatles na música, se realmente foi tudo isso... discussões que não vou repetir aqui para não entediar todo mundo (aprendi a lição sobre postar conversar online) mas básicamente acho que os Beatles foram uma bandinha razoável que vendeu muito bem.

Ou seja, a grande diferença é que os Beatles são quase audíveis... quer dizer, não dá pra escutar mesmo, porque todas as músicas já foram tocadas muito além do limite da tolerância humana para repetitividade, mas mesmo assim, são umas musiquinhas bem boazinhas!

Agora, Pink Floyd é um saco.

Um saco mesmo.

Tipo, sacão! Não é aquele saco limpinho, um pouco enrugadinho, com os cabelinhos aparados, é um sacão velho fedorento enrugadão cheio duns pelões enormes saindo pra tudo quanto é lado.

São cabeludos cretinos que se achavam super fodas, e, tirando o fato de hoje serem todos grotescamente ricos, não salva nada, e quem escuta essa chatice hippie em 2004 deveria ter vergonha de desperdiçar oxigênio respirando.

Ah, e outra: para a alegria geral dos povos livres do mundo ocidental, parece que, finalmente, um rolling stone vai pro saco! O baterista tá com câncer, e estamos todos de dedos cruzados na esperança de que isso FINALMENTE conveça a banda a dizer chega, aposentar e dedicar o resto da velhice à jardinagem, à filantropia e ao uso recreativo de drogas pesadas. Infelizmente, é só o baterista que está de saída, e é possível que, mesmo depois disso, eles continuem lançando discos insanamente insuportáveis e fazendo turnês geriátricas pelo mundo.

Por favor, no more! Ninguém aguenta mais disco novo dos Rolling Stones! PLEEEEEEEEASE!

No mais, eu já falei que Pink Floyd é um saco?

Um comentário:

Anônimo disse...

Desculpe a intromissão aleatória. Nem tenho certeza que estas vivo. Este blog teu derrepente está até dasativado. Enfim! Gostei do teu escatológico irônico. Gostei do sonho. Mas falar mal do velho Pink? O que teria mudado desde os teus 15 anos? Viraste crente? Talvez devêsse voltar para cannabis.
Curiosidade: Que música ouves hoje? Sim, o que seria infinitamente melhor que o Pink?